Chega de viver no automático

As vezes nem nos damos conta, mas boa parte das escolhas que acreditamos fazer no dia a dia não são escolhas de verdade. Somos compelidos a “pensar rápido”, embotando nossa capacidade de racionalizar decisões. Agimos instintivamente, copiamos modelos prontos, entregamo-nos a impulsos autoindulgentes. Vivemos no automático.

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Nos dias atuais, em que o mundo parece nos atropelar com tanta informação, com tantas opções e inacreditável velocidade, vemo-nos obrigados a tomar decisões em tempo recorde. Evoluímos para isso, afinal. Talvez estejamos até nos tornando menos humanos ~ e mais máquinas, capazes de responder a qu~lquer questão, imediatamente. A sociedade nos cobra opiniões e certezas sobre tudo ~ ninguém mais tem o privilégio da dúvida; já não se pode “perder tempo” com análises mais aprofundadas. Estamos contra ou a favor. Somos A ou B. Preferimos isto ou aquilo, lá ou aqui. O socrático “só sei que nada sei” foi enterrado. Sabemos tudo ~ ou imaginamos saber ~ e temos de provar isso a todo instante.
No ímpeto de tomar decisões aceleradamente, acaba sendo mais fácil repetir padrões ~ e assim nos tornamos seguidores. De tendências; de pessoas; de nossas vontades; e de marcas. Usamos e compramos o que quer que supra nossas lacunas afetivas ou que o establishment determine. Se está na moda, achamos bonito. Queremos. Teremos. Mas as modas passam, e o ciclo de decisões automáticas nunca se encerra. Nossa desculpa é que, assim, “movimentamos a economia” ~ mas, lá no fundo, sabemos que o correto seria questionar este sistema a fim de modificá-lo. Só que é difícil, pois não cremos ter o tempo requerido. Então precisamos mudar I Reassumir o comando. Descobrir quem realmente somos e do que efetivamente precisamos … Antes que nossas decisões impensadas aniquilem o planeta. Que tal olhar para nossos hábitos de consumo e adotar uma postura mais consciente? Vamos pensar juntos ~ eis a proposta desta quarta edição da Revista R. Boa leitura I
* Síndico do Centro Clínico Regina