Blog

Reavaliação de Ativos Imobilizados: Vantagens, Desvantagens e Procedimentos para Empresas

A reavaliação de ativos imobilizados, como máquinas e equipamentos, é uma estratégia que pode trazer diversos benefícios para as empresas, especialmente quando se busca um retrato mais preciso do valor dos bens no balanço contábil. No entanto, esse processo exige cuidado, pois envolve regras contábeis e fiscais específicas.
A seguir, explicamos as principais vantagens, desvantagens, limitações e como funciona a reavaliação de ativos, bem como seus impactos contábeis e fiscais.

O que é a Reavaliação de Ativos?

A reavaliação de ativos consiste em atualizar o valor contábil de determinados bens para refletir seu valor de mercado. Esse procedimento é feito conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC TG 27 – Ativo Imobilizado e CPC 46 – Mensuração do Valor Justo). A ideia é trazer uma representação mais fiel dos bens no balanço patrimonial da empresa, sem, entretanto, afetar diretamente o balanço fiscal.

Vantagens da Reavaliação de Ativos

1. Transparência e Realismo Contábil: A reavaliação permite que os ativos sejam refletidos no balanço com seu valor justo, dando uma visão mais realista da situação patrimonial da empresa.
2. Melhor Avaliação de Desempenho: Ao ter os ativos reavaliados, o retorno sobre o investimento (ROI) e outros indicadores de desempenho financeiro tornam-se mais precisos.
3. Facilidade em Operações de Crédito: Bancos e investidores tendem a preferir demonstrações financeiras com valores de ativos atualizados, o que pode facilitar a obtenção de financiamentos.
4. Alinhamento com Normas Internacionais: Empresas que operam internacionalmente podem beneficiar-se ao alinhar seus balanços às práticas internacionais de contabilidade.

Desvantagens e Limitações

1. Custos e Complexidade: O processo de reavaliação envolve custos, pois é necessária a contratação de especialistas para mensurar o valor justo dos ativos. Além disso, o procedimento é mais complexo do que manter o valor original.
2. Sem Impacto Fiscal Imediato: Para fins tributários, a reavaliação não altera o valor fiscal dos ativos, ou seja, os bens continuam registrados pelo valor de aquisição depreciado. Isso significa que, apesar do impacto contábil, não há redução de impostos até a venda do ativo.
3. Potencial Ganho Tributado na Venda: Se a empresa vender o ativo reavaliado, o ganho contábil resultante da diferença entre o valor de venda e o valor fiscal será tributado com uma alíquota de até 34% (IRPJ e CSLL).

Quando Usar a Reavaliação de Ativos?

A reavaliação é indicada para empresas que desejam:

• Refletir a valorização dos seus ativos no balanço;
• Preparar-se para uma operação de venda, fusão ou aquisição;
• Melhorar a análise de indicadores financeiros e de desempenho;
• Demonstrar uma imagem mais fiel do patrimônio aos investidores ou instituições financeiras.

Como Funciona o Processo?

1. Mensuração do Valor Justo: Conforme o CPC 46, a mensuração segue uma hierarquia de três níveis, com base em informações de mercado ou em modelos financeiros que refletem o valor de mercado dos ativos.
2. Registro Contábil: A reavaliação é registrada no balanço patrimonial através da criação de uma Reserva de Reavaliação no patrimônio líquido, que representa a diferença entre o valor de mercado e o valor contábil anterior. No entanto, não há impacto fiscal nesse momento.
3. Lançamentos Contábeis:
   • Reversão da Depreciação Acumulada: O saldo de depreciação acumulada é revertido para ajustar o valor do ativo.
   • Reavaliação do Ativo: O novo valor do ativo é registrado com base no valor de mercado, e a diferença vai para a Reserva de Reavaliação no patrimônio líquido.

Venda de Ativos Reavaliados

Quando um ativo reavaliado é vendido, a empresa deve realizar ajustes tanto no balanço contábil quanto no fiscal:

1. Baixa do Ativo Contábil: O valor contábil reavaliado é baixado, e o ganho ou perda é registrado no resultado.
2. Reversão da Reserva de Reavaliação: O saldo da Reserva de Reavaliação é transferido para Lucros ou Prejuízos Acumulados no patrimônio líquido.
3. Apuração dos Impostos: Para fins fiscais, a base de cálculo continua sendo o valor de aquisição depreciado, e o ganho de capital será tributado à alíquota de 34%.

Conclusão

A reavaliação de ativos imobilizados é uma ferramenta poderosa para grandes empresas que buscam refletir o valor real de seus bens no balanço patrimonial, sem impactos fiscais imediatos. No entanto, é crucial que os empresários avaliem os custos, os benefícios e os impactos de longo prazo dessa estratégia. Contar com um suporte contábil especializado é essencial para garantir que todos os procedimentos sejam realizados de forma correta e dentro da legislação vigente.

Fale com a nossa equipe de contabilidade para saber como a reavaliação de ativos pode beneficiar sua empresa.